– E aí, filho da puta?
– Ei, veado.
– Tudo bom?
– Até você ligar, estava.
– Dando muito a bunda?
– Sim, depois que larguei você, encontrei homens de verdade. Estou bem feliz agora.
– Bicha.
– Puto.
– E meu sobrinho?
– Comendo feito um animal. Está maior que você.
– Vai se fuder. Mas ele está bem?
– Sim. Ainda não contamos que o tio dele é veado, então ele está feliz. Ah, eu devo passar na sua casa no final de semana, para pegar uns jogos.
– Beleza. Só me avise antes, dando o horário. Assim eu saio de casa e você se fode.
– E você morre no dia seguinte.
– Vai se fuder.
– Vamos jantar semana que vem?
– Vamos. Mas não pode ser carne, por causa da merda da dieta.
– Esquece a dieta. Vamos numa churrascaria e você come cupim. Assim você morre logo, ninguém agüenta mais você.
– Escroto.
– E eu fico com suas coisas.
– Eu peço para ser enterrado junto com tudo.
– Eu abro seu caixão de madrugada e pego tudo. E ainda chuto sua cabeça.
– Vai tomar no cu. Semana que vem?
– Sim, me liga e a gente combina.
– Beleza. Se cuida. Beijo.
– Beijo.
Texto de Rob Gordon, do Champonship Vinyl.